sábado, 25 de julho de 2009

De Pessoa a Machado

(e vice-versa)

De que nos valem nossas intrépidas viagens, quando o que se busca é, verdadeiramente e ao cabo, a si mesmo?
Paisagens diversas cá de fora nada ensinam sobre as dores mais profundas da alma.
Percorro, lenta, a maré cansada dos meus sonhos -
Não há remédio para as angústias da alma, para as quais o melhor antídoto é antes a pena da galhofa
Ou o tinteiro
Ou o palco
Ou nem um, nem outro
Vá lá! Cada um que seja seu auto-boticário e encontre para Si (ou Mi) o melhor remédio.
E o amor?
Ah, essa invenção do contemporâneo.
O espelho está em tudo, Senhores.
Prejetamo-nos desde aos refletores até às coisas e pessoas. O Ser-em-si não basta. Precisa ser para-si. Ou, no mais das vezes, para-outro.
Talvez essa indagação heideggeriana explique as tendências bizarras da moda.
Poderiam, então, "modificar" os cérebros, ãh?
Seja europeiamente, a la James Joyce. Ou tupiniquinense, a la Carlos Drummond de Andrade.
O que me entristesse é esse vazio - que está em tudo (inclusive em mim).
Por outro lado, se eu fosse fã do Justin, talvez eu fosse feliz.
Retórica de quinta! A metafísica é só uma consequencia de estar mal disposto -
Eu sei. Eu sei. Eu sei.
Talvez seja a lua, quem sabe o não-conhaque.
Ou as vinte horas de viagem e de reflexão intensa (fuga proposital de meu companheiro de poltrona que adora fazer "novas amizades"). Acabo de me sentir um Casmurro, mas acontece que a narrativa está mais pra Pessoa.
E assim, retornando ao casulo dessa persona, retiro-me para comer chocolates.
Adeus, Senhores! A gran metafísica do mundo me espera.

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